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terça-feira, 5 de outubro de 2010

INDECIFRÁVEL....

Eu já pensei que felicidade era ter o carro do ano, a roupa da estação, fazer coleção de sapatos... Eu já pensei que felicidade era ter uma casa na ilha, ser dona da praia, andar de iate. Eu já pensei que felicidade era ser o patrão. Mandar, desmandar e pagar a conta. Eu já pensei que felicidade era ter todos na palma da mão, sem importar se os outros tinham ou não sentimentos. Eu já pensei que felicidade era sair de casa cedo. Ser independente e dona de mim... Eu já pensei que felicidade era ser convidada para as melhores festas, estar com as pessoas mais importantes, beber da bebida mais cara... Eu já pensei que felicidade era ter de desligar o telefone, porque ele não parava de tocar. Eu já pensei que felicidade era por onde quer que eu passasse, todos me notassem e me admirassem. Eu já pensei que felicidade era ganhar muitos presentes. A jóia mais rara, O anel mais desejado... Eu já pensei que felicidade era conhecer vários lugares, outras pessoas e muitos amores. Eu já pensei que felicidade era arriscar-se, e enfim aventurar-se!

Eu já chorei porque não tive o carro do ano. Porque comprei a roupa na liquidação, e o sapato não tinha no meu número. Eu já chorei só de imaginar que nunca vou ter uma casa na ilha. Não vou ser dona da praia, nem navegar no oceano de iate. Eu já chorei porque não consegui ser o patrão, não tive paciência de mandar nem desmandar. E o cartão de crédito estava no limite, não deu para pagar a conta. Eu já chorei porque me senti tão pequena, a ponto de caber na palma da mão dos outros. Os meus sentimentos? Ninguém se importou... Eu já chorei porque saí da casa dos meus pais tão cedo... E jamais saberei descrever como é ser independente, porque nunca fui dona de mim. Eu já chorei porque não achava mais graça de ser convidada para determinadas "festas". Me sentia só, estando no meio da multidão... E a bebida mais cara, me deu náuseas e dor de cabeça. Eu já chorei porque quem eu mais queria que me ligasse não me ligou. E nem ao menos se importou em me mandar um torpedo. Eu já chorei quando ninguém me percebeu no momento em que eu mais queria ser percebida. E me perceberam na hora em que eu só queria mesmo me esconder. Eu já chorei porque nenhum presente me preencheu. O anel desejado, não coube no meu dedo. E a jóia mais rara, caiu e se quebrou... Eu já chorei quando me decepcionei com o lugar que eu mais queria conhecer. As "outras" pessoas só queriam tirar proveito. E os muitos amores, eram apenas equívocos. Eu já chorei quando me arrisquei, sem querer me aventurei e acabei me afligindo.

Eu já chorei de desilusão e me dilacerei... Já chorei de tristeza e me incinerei. Já chorei por amor e me feri. Já chorei de saudade e sofri. Já chorei por brigar e acabei me redimindo. Já chorei de ódio e arrependi. Já chorei por perder, e acabei me conformando. Já chorei tentando ser diferente, e acabei descobrindo que era "igual". Já chorei quando aprendi, e acabei esquecendo tudo. Já chorei de vontade e acabei ficando sem. Já chorei quando errei, e acabei cometendo o mesmo erro outra vez. Já chorei lendo um poema, e me identifiquei... Já chorei ouvindo uma música e lembrei de alguém... Já chorei de madrugada, soluçando junto com o tic-tac do relógio. Já chorei no banho, só para não notar minhas lágrimas. Já chorei no carro, apenas para sentir o vento secar meu pranto. Já chorei quando completei a maioridade, e acabei querendo regressar meus anos. Já chorei de medo, e não tinha ninguém para me abraçar... Já chorei vendo uma orquestra tocar, e uma criança cantar!

Mas também sorri...
Sorri de alegria e acabei me viciando... Bom se isso acontecesse sempre. Sorri de dor na alma, foi quando eu descobri que tinha vida. Então, tive mesmo que sorrir. Sorri quando lembrei do meu primeiro beijo. Confesso, foi péssimo! Sorri quando me vi brincando de guerra de ursinhos no meio da criançada. Sorri quando fui jogar charme e tropecei na frente daquele garoto que eu era apaixonada. Admito que sorri, mas queria mesmo enfiar minha cara no chão... Sorri das minhas ironias quando o assunto era sério, e ninguém queria saber de piadas. Sorri quando menti meu nome, sexo e idade para um desconhecido. Sim, ele ficou confundido. Sorri quando revi minhas fotos de infância. Realmente o apelido de "Olívia Palito" não era à toa. Sorrio quando lembro das minhas gafes e tentativas de disfarces. Sorrio quando lembro das gargalhadas insanas só para tentar sair de algumas saias justas. Sorrio quando conto as estrelas e nunca consigo chegar na conclusão final. Sorrio quando me perco nas entrelinhas e me acho na claridade da lua. Sorrio pelo simples fato de sorrir... Sorrio para encontrar minha alma. Sorrio pra me encontrar...

Além de aliviar-nos o que ainda se esconde por trás de cada fragmento de felicidade e de cada orvalho de lágrima que resplandece em nossa face? E afinal de contas, qual a sutil diferença entre o choro e o sorriso? O que ainda se intercede no eco do riso e do soluço? Chorando ou sorrindo eu sei que esses dois sentimentos são indistintos, mas alimentam e conversam com nossa alma. Só uma coisa eu realmente aprendi: ninguém encontra a felicidade sem se amar. E ninguém se ama sem ser feliz... Ninguém é capaz de inventar a felicidade nem de suplantar as lágrimas. Portanto permita-se chorar quando a alma estiver sorrindo. E permita-se sorrir quando a alma estiver chorando... Mistério? ...