Gostou ou não? Seu comentário é importante. Sejam bem Vindos !


terça-feira, 5 de outubro de 2010

INDECIFRÁVEL....

Eu já pensei que felicidade era ter o carro do ano, a roupa da estação, fazer coleção de sapatos... Eu já pensei que felicidade era ter uma casa na ilha, ser dona da praia, andar de iate. Eu já pensei que felicidade era ser o patrão. Mandar, desmandar e pagar a conta. Eu já pensei que felicidade era ter todos na palma da mão, sem importar se os outros tinham ou não sentimentos. Eu já pensei que felicidade era sair de casa cedo. Ser independente e dona de mim... Eu já pensei que felicidade era ser convidada para as melhores festas, estar com as pessoas mais importantes, beber da bebida mais cara... Eu já pensei que felicidade era ter de desligar o telefone, porque ele não parava de tocar. Eu já pensei que felicidade era por onde quer que eu passasse, todos me notassem e me admirassem. Eu já pensei que felicidade era ganhar muitos presentes. A jóia mais rara, O anel mais desejado... Eu já pensei que felicidade era conhecer vários lugares, outras pessoas e muitos amores. Eu já pensei que felicidade era arriscar-se, e enfim aventurar-se!

Eu já chorei porque não tive o carro do ano. Porque comprei a roupa na liquidação, e o sapato não tinha no meu número. Eu já chorei só de imaginar que nunca vou ter uma casa na ilha. Não vou ser dona da praia, nem navegar no oceano de iate. Eu já chorei porque não consegui ser o patrão, não tive paciência de mandar nem desmandar. E o cartão de crédito estava no limite, não deu para pagar a conta. Eu já chorei porque me senti tão pequena, a ponto de caber na palma da mão dos outros. Os meus sentimentos? Ninguém se importou... Eu já chorei porque saí da casa dos meus pais tão cedo... E jamais saberei descrever como é ser independente, porque nunca fui dona de mim. Eu já chorei porque não achava mais graça de ser convidada para determinadas "festas". Me sentia só, estando no meio da multidão... E a bebida mais cara, me deu náuseas e dor de cabeça. Eu já chorei porque quem eu mais queria que me ligasse não me ligou. E nem ao menos se importou em me mandar um torpedo. Eu já chorei quando ninguém me percebeu no momento em que eu mais queria ser percebida. E me perceberam na hora em que eu só queria mesmo me esconder. Eu já chorei porque nenhum presente me preencheu. O anel desejado, não coube no meu dedo. E a jóia mais rara, caiu e se quebrou... Eu já chorei quando me decepcionei com o lugar que eu mais queria conhecer. As "outras" pessoas só queriam tirar proveito. E os muitos amores, eram apenas equívocos. Eu já chorei quando me arrisquei, sem querer me aventurei e acabei me afligindo.

Eu já chorei de desilusão e me dilacerei... Já chorei de tristeza e me incinerei. Já chorei por amor e me feri. Já chorei de saudade e sofri. Já chorei por brigar e acabei me redimindo. Já chorei de ódio e arrependi. Já chorei por perder, e acabei me conformando. Já chorei tentando ser diferente, e acabei descobrindo que era "igual". Já chorei quando aprendi, e acabei esquecendo tudo. Já chorei de vontade e acabei ficando sem. Já chorei quando errei, e acabei cometendo o mesmo erro outra vez. Já chorei lendo um poema, e me identifiquei... Já chorei ouvindo uma música e lembrei de alguém... Já chorei de madrugada, soluçando junto com o tic-tac do relógio. Já chorei no banho, só para não notar minhas lágrimas. Já chorei no carro, apenas para sentir o vento secar meu pranto. Já chorei quando completei a maioridade, e acabei querendo regressar meus anos. Já chorei de medo, e não tinha ninguém para me abraçar... Já chorei vendo uma orquestra tocar, e uma criança cantar!

Mas também sorri...
Sorri de alegria e acabei me viciando... Bom se isso acontecesse sempre. Sorri de dor na alma, foi quando eu descobri que tinha vida. Então, tive mesmo que sorrir. Sorri quando lembrei do meu primeiro beijo. Confesso, foi péssimo! Sorri quando me vi brincando de guerra de ursinhos no meio da criançada. Sorri quando fui jogar charme e tropecei na frente daquele garoto que eu era apaixonada. Admito que sorri, mas queria mesmo enfiar minha cara no chão... Sorri das minhas ironias quando o assunto era sério, e ninguém queria saber de piadas. Sorri quando menti meu nome, sexo e idade para um desconhecido. Sim, ele ficou confundido. Sorri quando revi minhas fotos de infância. Realmente o apelido de "Olívia Palito" não era à toa. Sorrio quando lembro das minhas gafes e tentativas de disfarces. Sorrio quando lembro das gargalhadas insanas só para tentar sair de algumas saias justas. Sorrio quando conto as estrelas e nunca consigo chegar na conclusão final. Sorrio quando me perco nas entrelinhas e me acho na claridade da lua. Sorrio pelo simples fato de sorrir... Sorrio para encontrar minha alma. Sorrio pra me encontrar...

Além de aliviar-nos o que ainda se esconde por trás de cada fragmento de felicidade e de cada orvalho de lágrima que resplandece em nossa face? E afinal de contas, qual a sutil diferença entre o choro e o sorriso? O que ainda se intercede no eco do riso e do soluço? Chorando ou sorrindo eu sei que esses dois sentimentos são indistintos, mas alimentam e conversam com nossa alma. Só uma coisa eu realmente aprendi: ninguém encontra a felicidade sem se amar. E ninguém se ama sem ser feliz... Ninguém é capaz de inventar a felicidade nem de suplantar as lágrimas. Portanto permita-se chorar quando a alma estiver sorrindo. E permita-se sorrir quando a alma estiver chorando... Mistério? ...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

MEU LADO MASOQUISTA

Oh baby, será que você não entende?
Acabou.
Não te amo mais...
Para de insistir nesse lance,
Espera eu te ligar.
O "amor" é mesmo uma coisa tosca
Ontem foi eu que chorei,
Agora é você quem morre de amores.
Te incendeio e você fica abrasando de paixão
Agarrado a um sentimento medíocre,
Que logo acaba
Dura pouco.
Ah meu coração...
Ele é cruel quando não ama.
Prefere apenas vai e vem,
Fogo e suor.
Será que você não percebe?
Meus olhos não se encontram mais com os teus,
Seus cochichos não me causam mais arrepios.
Você, não é tão bom como eu pensava baby
Mostre o seu melhor...
Me surpreenda e me enlouqueça,
Tente me virar a cabeça.
Adoro te ver assim...
Se rastejando aos meus pés
Comendo na minha mão.
Não me peça piedade,
Por trás daquela menininha, existe uma mulher
Que gosta de te fazer sofrer.
Suplicando por um beijo meu
Implorando meu amor.
Veja bem,
Meu destino não é seu
O teu muito, é muito pouco pra mim.
Será que você não enxerga?
Quão rude e hipócrita é meu sentimento por você?
Oh baby, você é o meu melhor sarcasmo.
Está sofrendo de amores por mim,
E alimenta meu ego
Só pra me divertir!

domingo, 5 de setembro de 2010

ALGUM TEMPO LONGE DE CASA...


Descobri talvez da pior maneira possível, que ser adulto é uma tarefa árdua. E que tentar entender devasta qualquer entender quando se tem alma de criança.

Descobri também que saudade e solidão não tem decifras. É algo abstrato, que grita incessantemente dentro de mim, no vazio emudecido do silêncio estrondoso.

Descobri que as manhas e birras, não solucionam mais os problemas. E que brincar de faz de conta, nem sempre dá certo no final.

Descobri que se chorar, ninguém mais vai se importar em me dar ou colo, ou enxugar minhas lágrimas. Os adultos andam ocupados demais para "pequenos detalhes".

E que quando me machucar, ninguém me beijará dizendo que logo passa. Descobri que tenho de ser o curativo pra minha própria ferida. E devo levantar sozinha após cada queda. Embora com muita dor, tenho de desprender um sorriso e dizer que está tudo bem.

Descobri que aqueles "caprichos" infantis que no final só pedem por atenção, é fútil e inotável quando os adultos só querem êxito e entrelaços.

Descobri como é difícil tentar ser forte, quando ainda é uma criança frágil e precisa da proteção de um ursinho de pelúcia pra dormir.

Descobri que tenho que aprender me cobrir sozinha. Porque ninguém me cobrirá nas noites frias. E a lua nem sempre brilhará a meu favor.

Descobri que lágrimas e desilusão nos incinera. Mas que depois de tudo ela vem como uma fênix nos fortificando.

Descobri que estar cheia de amigos nem sempre significa resguardo. E que aqueles que você mais se importa, não se importarão quando você precisará ser importada.

Descobri como é amargoso viver enclausurada tentando se adaptar ao mundo. Mas que apesar de difícil, as coisas se tornam mais fáceis quando você se liberta e deixa que o mundo tente se adaptar a você.

Descobri que para se destacar entre tantos, não preciso subir direto ao pódium. Mas preciso subir lentamente as escadas do EU.

Descobri que lutar por objetivos tem mais a ver com desejo e audácia que querer mudar. E que para desistir de tudo basta apenas um segundo de fraqueza.

Descobri também que todos os sonhos, são insonhados quando se sonha só. Mas sonhos sonhados juntos são uma rocha inabalável.

Descobri que nem sempre querer apenas a verdade nos beneficia. E que você pode ser punida por falá-la. Descobri que é melhor ficar calada e ouvir uma mentira, que tentar impor suas verdades diante de alheios tolos.

Muitas vezes vamos procurar aconchego nos braços de estranhos. Mas descobri que o melhor colo é sempre de nossos pais. Descobri que mesmo errando e fazendo tudo errado outra vez, eles sempre vão nos amar e nos perdoar.

Descobri que mesmo depois de adulta vou continuar ouvindo os mesmos nãos que ouvia quando criança: Não pode, não toca, não mexe, não grita, não chora. NÃO! É sempre muito complicado ouvir e entender essa palavra. Embora pequena ela pode destruir sonhos, quando são tratados como bobagens, ou "apenas mais um".

O sim está na teimosia quem nem sempre é revogada. Está ali no súbito onde menos se espera. Está na persistência do soluço... Descobri que o SIM está dentro de mim. Quando eu mesma me aceito.

Descobri que depois de algum tempo longe de casa, você precisará e vai querer voltar...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"DES" ENCONTRO

Minha solidão é o que tenho de melhor, do meu pior. Nostalgio perdida no desencontro encontrado da alegria indistinta, de estar presa a minha própria prisão. Oca, e dilacerada pelo nada.

No fundo vasto, de cada fragmento que grita incessantemente no silêncio estrondoso do vazio, é onde quase sempre eu me fantasio anjo e demônio.

É imprensidível que a melancolia se entorpece à lágrimas e saudades. Na maioria das vezes saudades das gargalhadas insanas de um poeta louco. Que vira e mexe, vaga na minha mente sóbria e perturbada.

E lágrimas do destino de um amor. Que foi tomado por uma razão inútil, que pede por mais uma dose de malícias e doçura. São pequenos detalhes fúteis já passados, que insistem revidar. Se é que passado é reversível ou de fato incinerado.

Nessa teoria impulsiva e incontestável, me tedio de tristeza ao lembrar do que eu nunca fui. E me dá uma vontade tremenda de ser o que na verdade eu nem quero ser. Ou efetivamente sou, e não sei. Ou sei, e finjo não ser.

A verdade é que não sei muito sobre mim. Nem faço muita questão de saber. Confesso que tenho medo de me decepcionar. Ou de me amar a tal ponto, que acabarei decepcionada. De qualquer forma, me decepcionarei. Portanto, nem faço tanto esforço de me descobrir. Sou um mistério imprevisível. E ADORO!

Só sei que particularmente, gosto desse vazio esquivo. Onde constantemente me perco no meu eu lírico melancólico. Porque é no nada da solidão, que encontro um baú com potes repletos de imaginação e façanhas. Então, me ENCONTRO.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

" E na tolice de se perder e não encontrar, de se achar e não perder,


a menina se deixou levar pelo surto psicótico de


querer ir além do oco do nada, de uma tal perfeição vazia."





sábado, 31 de julho de 2010

TALVEZ...


Talvez eu não deveria deixar esse sentimento do talvez me dominar. Mas é mas forte e maior que eu. Talvez por isso não consigo controlá-lo.

Talvez toda essa culpa do "talvez" que me aflige, é apenas uma peça. E no fundo só precisa ser moldada.

Talvez eu deveria aceitar essa sua inquietude inviável de dizer que temos de aceitar o acaso. Mas eu ainda prefiro acreditar que o amor resiste a tormenta da distância. E que podemos sim, remediar as barreiras do destino.

Talvez o tempo não volta mais no tempo. Mas eu ainda insisto que ele abra uma brecha. E pulse junto com nossa respiração. Sem pressa...

Talvez meus dias longos encurtarão, se tornarão mais intensos quando você voltar. Me olhe os olhos, reencoste seu coração no meu por mais uma vez. Será que é pedir muito?

Talvez toda essa frieza aparentada, é medo do seu próprio orgulho intransigente. Você sabe que preciso da proteção do seu abraço. E sabe também que a ternura dos meus carinhos, são inteiramente seus.

Talvez você tenta matar uma saudade que insiste continuar vivendo. E tenta se consumir num esquecimento, que te consome em lembranças. Eu sei que sozinho no silêncio minha ausência te dói.

Talvez meus sonhos foram inteiros e sonhados demais. Enquanto você só queria mesmo viver momentos. Você sabia que eu não era uma mulher madura. E mesmo assim, insistiu na menina frágil.

Talvez você se preocupou em inspirar vírgulas pra me convencer, trapaceando nas palavras que só iludem. Você continua sendo um mistério pra mim.

Talvez eu fui transparente a tal ponto, que não percebi que você se escondia atrás o muro. Espero que ficou bem claro o que você na minha vida. E o que eu queria ser na sua.

Talvez me deixei levar pela força desvairada desse amor. E errei tentando acertar as entrelinhas do seu olhar. Enquanto despercebidamente você desatava meu laço do lado esquerdo.

Talvez não deveria ter acreditado na sua tal sinceridade. Não deveria ter destrancado meu coração e entregá-lo. Quando nem você sabia cuidar do seu. Eu confiei, mas disse que tinha medo de sofrer. Releva isso também.

Talvez essa minha insistência consternada em interrogar, quer apenas respostas pra esse fim que parece não ter ponto final. Se imortalizaram, nas letras impulsivas desse poema.

Talvez minhas expectativas exclamadas, foram cessadas antes mesmo de florir suas juras e promessas. Você simplesmente não fez nada. Deixou que o vento as levassem. Sem impedir.

Talvez essa minha mania sentimental de poetizar o vazio, é apenas um antídoto para aliviar a dor da sua amarga ausência. De fato é.

Talvez essa brincadeira inocente de colorir palavras, só quer mesmo pintar esse incolor que nos assombra. Você disse que estaria nas cores do arco-íris o tempo todo. E agora me encontro só. Com as tintas na mão.

Talvez essa minha imperfeição, é perfeita de mais. E incompreensível pra esse tal heroísmo, que dizia carregar nossos sonhos na mesma mala. Porque abstraí-los quando se mais precisa? Fique certo, isso machuca.

Talvez um dia você precisará das minhas verdades de desenhar corações. E se culpará por ter alimentado seus rabiscos de mentiras.

Talvez sentirá falta, e procurará pelo colo da menina ingênua. Mas ela estará ocupada demais crescendo. E nem terá tempo pra você.

Talvez nem se importará mais com sua indulgência desesperada de voltar atrás. Estará tão inerte que nem perceberá mais a cicatriz. Afinal de contas, a ferida já foi fechada pelo tempo.

Será tarde demais.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

VANESSA QUERIA SER BORBOLETA

- Antes de tudo quero pedir licença a dona da história, por tomar a liberdade de usar ela como inspiração. Quero oferecer esse texto para todas as "borboletas" que passaram e as que ainda vão passar pela minha vida. Ofereço especialmente para: Roberta, Adrielli, Rachel, Lana, Ilana e Cínthia. E principalmente para a Vanessa Thomaz. Minha irmã que Deus me presenteou.

( Baseado em "uma", várias histórias reais)


Para os mais próximos, Vanessa era aparentemente uma criança feliz. (não sei muito sobre sua infância, portanto tentarei transmitir em palavras da melhor forma possível). Brincava timidamente e, quase nunca abria uma covinha no canto esquerdo da boca. Vanessa ( Van como eu prefiro chamar) sofria com um enorme vazio. Um profundo buraco dilacerado. A ausência dos pais. Raramente alguém consegue superar isso (diz a psicologia que traumas de infância, levam a traumas ainda maiores quando adultos).

Já mocinha, em um determinado dia, Van estava deitada na grama, defronte a um "jardim" onde parecia ser mais um borboletário. Ficou em êxtase admirando as várias borboletas que voavam por entre as flores. Um enorme encantamento tomou conta de si. Via como nunca a beleza e a força, de um ser tão frágil. Voavam contra o vento, sem transparecer esforço algum. Admirava o brilho e as inúmeras cores. Eram de várias espécies. Uma verdadeira mutação. Percebia com muitos detalhes as asas de cada uma. Umas eram translúcidas e reluzentes. Outras de uma cor só. Umas eram grande. Outras pequenas. Mas todas borboletas...

Depois de algum tempo observando e com muita "clareza" o comportamentos das mesmas. Descobriu qual o motivo de tanta leveza e tal delicadeza. Percebera também que borboletas se alimentam apenas de folhas e pequenas urtigas, vivem num casulo, e quando criam asas, voam apenas poucos dias, e depois morrem (mas o suficiente para voar). Também correm grande riscos de serem devoradas por sapos e passarinhos. Logo veio um turbilhão de "respostas" não respondidas. Passara a admirar ainda mais, a força e a coragem de cada uma. Van, também queria possuir asas. Queria ser uma "borboleta" e enfim, voar em um mundo mágico. De incertezas. Talvez.

Van, olhava para si, e se sentia melancólica, inferir, anormal. Totalmente fora dos padrões dignos de uma borboleta. Sentimentos de ódio, predominavam a todo instante em seus pensamentos. Questões mal interpretadas e não respondidas era o que mais vagavam em sua mente perturbada. Porque não nascera uma borboleta? Porque não poderia voar também? Mas se tentasse, será que poderia se tornar uma delas? Como sempre foi determinada, Van achou que sim. Achou que poderia ser ajustável, maleável. Acreditou (com um pouco de dúvidas) na sua intuição previsível. Decidiu ir a luta. Aceitou de peito aberto o desafio. Tais desafios, que são digamos, até formidável para algumas pessoas "normais". Já se imaginou vivendo em um casulo escuro, alimentar-se de pequenas urtigas e ainda ter certeza que morrerá cedo, sem aproveitar muito o que chamam de vida? Van tinha certeza disso. Ou não. Mas aceitou. O desejo de se tornar uma borboleta era maior que tudo. O tudo era de fato maior. O importante era ser uma delas.

Nesse caminho de metamorfoses, Van conheceu outras futuras borboletas (e muitas). Se animava dando forças para cada uma (mesmo quando não tinha nem para si própia). Estava fazendo tudo direitinho. Exatamente igual o que as borboletas fazem. Cada passo, cada ato. Uma vez ou outra tinha algumas recaídas, mas logo achava um jeito de esvaziar a culpa. Aliviando-se (por mais que não se sentia totalmente aliviada). Com o tempo, e com muito sofrimento, (tentar ser borboleta dói, pode acreditar) Van, foi adquirindo medidas e conceitos. Estava a um palmo de conseguir se transformar. Mas estava ainda mais exigente. Queria mais e mais. Ir além do que ela mesma poderia ir. Ir além do "ser". Do ter. E possuir. Van se sentia ainda mais embaraçada, desonrada consigo mesma. Já não enfrentava mais o espelho. Nem menos saía de casa. Tinha medo que os "outros" notavam sua diferença. Sua falta de asas (embora nem todos tenham, eles julgam preceitos ) Seu casulo escuro e frio, era sempre o melhor conforto. Ou o pior. Não se sabe.

A pressão, de toda essa pressão, era tamanha. Deixava Van ainda mais rancorosa e depressiva. Chorava a todo instante. Cada respiração era uma lágrima. Cada lágrima um sufoco, cada sufoco pedia o fim. Deitada com as pernas sobre o peito, ela desenhava sonhos e imaginava cores. Quase sempre rabiscava seus sonhos de grafite. As cores eram sempre cinzas (com o tempo a memória das borboletas entram mesmo em escassez, e elas nem fazem muito esforço mesmo de tentar lembrar). As inúmeras borboletas antes admiradas, já não lhe importavam mais. Van, queria morrer, antes mesmo de sair do casulo, e poder voar. Gritava alto, o mais alto que podia. Mas ninguém ouvia, ninguém percebia. Seu grito era mudo. Sua presença era inotável, seu eco era nada. Ninguém mesmo se importava.

Van estava se consumindo, morrendo silenciosamente. Respirar no seu casulo escuro e frio, estava ficando cada dia mais impossível. Ainda muito debilitada, abriu uma frestinha e viu que tudo era mais claro lá fora. Percebera e ainda com muito mais clareza, que seria mais fácil continuar ali. Do que sair e encarar o mundo como ele realmente é. Van, ainda era uma "menina" frágil. Que tentava a todo custo se tornar uma borboleta. O mundo assombroso lhe assustava muito. (o mundo é podre, temos que inventar uma forma da nossa forma, para nos arriscarmos nele, pintar cores e imaginar que tudo é fantasia) E foi assim que Van pensou. Começou desenhar sonhos e pintar palavras. Imaginou que todos eram personagens. E se fez uma personagem também. Recriou-se (embora todo personagem é uma grande farsa). Por fim e com muito custo decidiu saiu do casulo. Tentando muito, esquecer o fracasso e a frustração de não conseguir ser uma borboleta. De não poder voar.

Essa personagem tem várias faces e rubores. Nexos e humores. Uma personagem perfeita, para um mundo imperfeito. Existe uma intensa tristeza interior e incurável. E uma culpa dolorosa por desistir no meio do caminho, ou pelo menos por abandoná-los por um tempo. Van tenta a todo custo, buscar outras formas de tentar esquecer tudo. Tenta tapar os buracos que prevalecem em seus pensamentos turvos. (isso é psicológico e incontrolável, não existe cessamento, apenas alguns alívios momentâneos). Busca outras formas de se sentir realizada (ou pelo menos tenta). Mas no fundo, uma grande agonia e tristeza prevalece. No fundo ainda existe uma borboleta que grita incessantemente pra ser libertada. No fundo há buraco desvariado sobre forte tempestade. No fundo há um grito infernal, uma loucura incontrolável, um melancolia asquerosa. E um "eu" aprisionado. Afinal, ela ainda é uma personagem.

Van, e muitas outras, ainda quer voar e se tornar uma linda borboleta. Mas se acostumou tanto, com o costume de tal personagem, que agora teme ser comidas por pássaros e devorada por sapos. Entre tantas recaídas da mesma, ela segue secretamente o passo das borboletas. Van não pode ver, mais suas cores são as mais reluzentes que eu já vi. Suas asas são as mais belas. E tem o coração mais vermelho que eu já pintei.

Todos nós nascemos pra voar. Van também nasceu. Basta imaginar. E você como seria o teu voo?

domingo, 20 de junho de 2010

LAÇO NO INVERNO

Cores incolores pintam meus sonhos e poesias. Crio bolas de sabão que logo se explodem no frio. Brinco com partículas de fogo, que saem da lareira apagada. Faço rabiscos e corações na parede imaginária. Uso aquele pijama de ursinho que me presenteei no inverno passado. Combinei com uma meia listrada e outra de bolinhas. No cabelo, uma fita azul.

A brisa gélida que bate na janela, toca-me o rosto feito um desvaneio de sensações. Esburaca meu vazio com alegria. Sinto-me ofegante, respirando junto com o tique tear do relógio. Sonhos de uma bailarina são devorados pelo retomar da peleja. Músicas silenciosas do vendaval, me chamam pra duelar uma dança. As águas turbulentas do mar, rebate incessantemente dominando meus impulsos. Sinto meu coração como se batesse pela primeira vez. Explodindo de amor ( provavelmente por eu mesma).

Preciso desfazer as malas. Improvisar uma canção. Inventar uma rima. Fazer uma dança. Desfilar no arco-íris. Navegar nas nuvens. Voar no mar. Andar contra o vento. Gargalhar bem ato. Respirar levemente. Cheirar uma flor. Pegar borboletas. Olhar as horas, (como se fosse pela última vez).

Costurando palavras, descobri como desatar alguns nós. E pra comemorar, vou me desenhar como quiser. Depois me pintarei com as cores mais vivas e bonitas. Borrarei meus lábios com gloss, sabor uva. Vestirei a minha roupa mais bonita (estampada de flores e lacinhos coloridos). Ficarei deriva da noite, sobre a proteção da lua cheia. Pescarei estrelas, entrelinhas e amores. Com data e hora, contarei tudo para meu diário de cristal. Aos detalhes. Preciso guardar com carinho, e muito bem guardado meu encontro com o "eu". Depois abraçarei fortemente meu ursinho de pelúcia. E continuarei sonhando...

SOBRE VOMITAR PALAVRAS E SENTIMENTOS

Haja vista, ninguém consegue emudecer no silêncio o tempo todo. Nem guardar um segredo, no qual precisa ser rompido. Ninguém consegue viver sozinho, nem exalar o grito da sensatez sem loucura no vazio. Tolice não predomina o tempo. Tentar ser ríspido não conceberá soluções (até porque ninguém consegue ser o que não é, por mais que queira). Aflita eu fico, quando grito em silêncio e ninguém ouve. Quando exalo insanidade na lucidez e ninguém percebe. Creio, e com toda certeza, que quando guardamos algo que nos oprime, a melhor forma de livrar-mos deles é destapando a opressão. Não pense que é fácil. São turbilhões de palavras que vagam em uma mente molesta. Desnivelar-se vomitando tal frustrações, em palavras, pode tapar esburacamentos e aliviar algumas feridas (somente alivia, porque não cura). Cada palavra é um sentimento, sendo que cada sentimento é uma palavra.

Vômitos, de certa forma, é asqueroso e formidável. Vômitos de palavras são dignos brioso de uma embriaguez lúcida. Colecionando palavras do doce de um amargo fel. Sentir-se leve após carregar um grande peso é como se voássemos sem asas e de ponta cabeça. Sem temer o assombroso escuro de um penhasco. Tal penhasco que antes era temido, e invocava o fim. Algumas escritas adulteram o "ser" , e expõe as várias máscaras que planjam a aversão, de um só rosto. Embora pareça ser uma só pessoa em um corpo com várias serosidades.

Drasticamente eu gosto da palavra "vômito" , é uma forma de causar um impacto maior, ao que eu quero dizer. De aliviar-me dos pesadelos, de uma "criança" que luta tentando impor algumas aptidões. Sou uma praticante. E essa é minha forma de exalar palavras e sentimentos. Poderia não dizer mais; vomitando palavras, e passar a dizer; "inventando". Mas palavras não são inventos, ela existem, e precisam ser exaladas. Juntando-se como fragmentos audaciosos. Sobressaindo acima de impulsos inábil e rancorosos.


Já dizia Clarice Lispector; " Porque há direito ao grito, então eu grito".

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fragmentos dilacerados ainda resiste em mim; você foi o meu melhor tormento.

VAZIO E NADA


Vazio...

É tudo o que restou,

Um imenso vazio...


Tenho muitas coisas vazias a dizer,

Mas estou tão extaziada do vazio;

Que nada exala...


Portanto, continuarei


Aqui


No nada...


Olhando para o vazio.


PUSILÂNIME

Hoje eu acordei debilitada, com vontade de ver a cor do dia, o azul do céu, o calor do sol...
Hoje eu acordei com vontade de comer, comi arroz, feijão e pepino, mais feijão do que arroz.
Hoje eu acordei com vontade de te ver, de te abraçar, de te tomar em teus braços bem devagarinho, sem medo, nem pudor.
Hoje eu acordei só por você...
Acordei com vontade de dar gargalhadas, zombar da tristeza, gritar bem alto, e respirar!
Hoje eu acordei suada...
Lavei meu rosto, penteei meus cabelos respirei leve...
Hoje eu acordei com vontade de ouvir: Homens e Mulheres, e o você o que prefere?
Acordei com o ouvido pleno, límpido e suave; vem sussurre nele...
Hoje acordei com vontade de sair nas ruas, com vontade de procurar, não sei o quê, mas meu coração só quer você, eu sei...
Hoje acordei com vontade de te pedir desculpas, acordei com vontade de me redimir, de conversar...
Acordei com vontade de tomar um banho gelado, e depois te abraçar nu.
Hoje eu acordei com vontade do nosso futuro, com saudades do nosso presente...
Acordei com coragem de lutar. talvez... Mas lutar também cansa, e minhas armaduras são tão pesadas, preciso parar, descansar e respirar.
Hoje eu acordei com vontade de olhar para o horizonte sem direção, onde o infinito não existe...
Hoje eu acordei com vontade ouvir aquelas palavras que você nunca me disse, e que eu não tive coragem de dizer...
Acordei com vontade de entender o que se passa ao meu redor.
Acordei só pra te entregar meu coração. Aceite-o!
Hoje eu acordei com saudades das palavras nunca ditas, acordei querendo sentir tua respiração, e teu coração...
Acordei com ânsia do amor, ânsia de ter você.
Hoje eu acordei, só pra me resolver...
Vou curtir a noite, beber todas e depois te telefonar...
Acordei sem sentidos, alienada, dilacerada, hoje eu acordei na contra mão. Como todos os dias...
Hoje eu acordei tentando arrancar a dor. Tentando tirar a pedra do teu coração. Tentando ser forte...
Hoje eu acordei pra lhe dizer que ainda sou tua menina, só tua... Me ame, esqueça o orgulho?
Hoje eu acordei sem medo de negar o que eu sinto. Vomitando sentimentos.
Acordei com vontade de viver pra você, de morrer pra você, de nascer pra você.
Acordei ouvindo teus passos no portão. Quem dera fosse real...
Hoje eu acordei só pra dizer que estou insuportável, preciso me encontrar, em você...
Hoje eu acordei com vontade... Só me falta coragem!

LOUCURA

O que é loucura?

Segundo o dicionário, loucura é uma alienação mental, insensatez; imprudência; estravagância; doidice, ato descontrolado ou irrefletido...
Então eu penso... Não eu não penso! Sou a própia descrição da loucura!
Oh céus! O que é controle? Talvez insegurança... Nem quero saber!

Gosto da escuridão da noite... Não curto muito o brilho das estrelas,
Elas me trazem lembranças esquecidas...
Gosto da claridade do dia, trancada no meu quarto recordando coisas fúteis.
Gosto de você, te odeio também... Não pense que te amo o tempo todo.
Queria tentar entender certas paradas, mas eu não me permito.
Não me permito mesmo... Não me permito fazer o que os tais de normais se sujeitam.
Ou é do meu jeito, ou não é!

Loucura... Haha, eu me permito...
Loucura me leva a caminhos insanos, me mostra coisas inusitadas.
Loucura... O motivo da minha respiração. Do meu àpice, do meu orgasmo...
Louca, não esquizofrênica! Se bem que às vezes ouço vozes...
Mais nunca saíste isso no meu exame médico. Pena...
Talvez assim eu teria alguma companhia insolente!

Loucura... Oh loucura que me acompanha...
Loucura... Faz-me ser, faz-me ter,
Loucura... Choca-me sempre! E eu ADORO!

TÉDIO...

Mais uma vez...
Onze horas... Daqui a pouco é meia noite.
Do quarto ouço o relógio na sala...
Tic Tac, Tic Tac
O sono não vem, nada me agrada...
Tudo me sufoca, até meu respirar...
Deito na cama, rolo... Aabraço forte o travesseiro.
Sinto minha mente vazia, ao mesmo tempo estaziada...
Coração esburacado, sem sentimento, me amedronta!
Pulsa devagar, bate forte, quase para!
Levanto-me, olho no computador, nenhum recado, nenhum email...

Tenho certeza, ninguém me importa, nem me suporta!
Ninguém me ama. Não farei falta...
O que eu sou? Quem eu sou?
Eu sou aquele pensamento cinza e sem graça, que todos evitam lembrar...
Ao mesmo tempo que busco respostas, temo em descobri-las. Então não sou...
Jamais alguém conseguirá me decifrar...
Eu sou um... Nada! Talvez... Sim. Não. Óbivio!
Tenho várias faces, sou triste quando estou alegre,
E alegre quando estou triste...
Alegre? Não! eu não sou alegre, é somente uma suposição.
Sou insana quando estou serena, e serena quando sou insana...
Sou louca, desajustada, rebelde, maníaca... Santa!

Gosto de sangue, odeio sangue...
Quero morrer, quero viver,
Te odeio, te amo
Vai se foder...

O tempo passa... E eu aqui,
Me tediando com o nada, com o tudo.
Vou à cozinha, todos dormem...
O mínimo de barulho que faço é exaustivo,
Sinto meu cérebro balançar, meu corpo parece que pesa mil quilos agora.
Tomo uma xícara de café,
Ele desce amargamente pela minha garganta...
Preferia um wisky, uma dose de morfina, um demerol...

Agora o gosto e o cheiro do café me causam ânsia,
Estou com nojo de mim...
Imagino meu estômago na cor preta, coberto pelo café, feito à tarde.
Vejo antidepressivos no armário,
Penso em tomar alguns, ao menos uns vinte...
Da outra vez foi em vão... Desta vez devo aumentar a dose.
Preciso de algo mais.
Não sinto minhas pernas,
E não quero levantar agora.
Quero continuar escrevendo... Morrendo...
Estou morta!

Tic Tac, Tic Tac
Meia noite...
Uma hora...
Duas horas...
Três, quatro, cinco, seis
O dia amanhaceu...

Está claro agora no meu quarto,
Tenho a leve impressão que hoje faz sol lá fora,
Nem vou ver... Odeio a claridade do dia!
Mas tenho inveja dos "normais" que desfrutam do sol...
Tento fechar ainda mais a cortina,
Passo pelo espelho,
Vejo... Eu me movo, Sim, eu me movo...
Sou essa mesma, essa aí
Essa medonha, com cabelos despenteados,
E profundas olheiras num olho que já foste verde...

Melhor continuar escrevendo...
Não quero mudar... Quero continuar sendo nem sei o quê.
Não quero me amar... Sim! Eu quero!
Morra então!
Amo meu tédio, odeio meu tédio!
Morrerei embriagada na minha própia melancolia,
Continuarei me drogando do meu rancor,
Me entupindo do nada...
Vomitando palavras...

Tic Tac, Tic Tac
Três horas da tarde...
Abro meus olhos, estou em um quarto branco
Em uma cama de hospital, braços enfaixados...
Vejo pessoas desesperadas!
Oh pessoas?
Queria gritar, mais não posso...
Sumam!


O dia passa...
A insanidade e o tédio continua me provocando, me seduzindo...
Me fazem companhia,
São meus amigos, inimigos,
Não me larga, me larga, eu a procuro, trago-a!
Me ama, me odeia, quer meu fim, quer que eu viva. [Image]
E mais uma vez... Onze horas...
A melancolia me domina novamente!
Tic Tac, Tic Tac
Tudo outra vez...

SOBRE A VIDA

Sempre fui uma criança frágil... Mais nada me impedia de arriscar, era sapeca! Brincava com os moleques na rua, apanhava deles, fazia arte e me escondia, como qualquer outra criança...
Queria ser pisicóloga, casar vestida de noiva, ter um casal de filhos... Enfim. Sempre temi a morte.
Mas acreditava que depois de uma drástica partida desta terra, eu iria para o céu e moraria no paraíso ao lado de Deus... Até porque acreditava que era uma boa menina. Também acreditava que seria coroada, receberia uma missão e ganharia irmãos, neste caso os anjos...
Ficava dias, pensando nesta hipótese, e como seria se eu morresse hoje... Eu iria querer um caixão branco, com uma foto enorme num stand escrito; " A criança ainda vive..." Imaginava minha mãe debruçada sobre meu caixão, imaginava tamanha a dor que causaria a ela. Somente a ela...

Depois de algum tempo, descobri o amor, descobri a dor, aquela que dói na alma... Descobri também a desiluão, as perversões da vida, os desejos, as insanidades... Descobri que sonhos não passam apenas de sonhos, se você não lutar por eles! E na maioria das vezes eu desisto... Confesso! Eu não desisto porque sou fraca, mais porque eu temo a dor, o sofrimento... Trágico!
Queria gostar da dor... Mas que gosta? Desconheço...
Descobri que nada é impossível, você pode escolher entre ser mendigo ou rico. Basta escolher... Descobri que ser rico tem lá suas vantagens, você viverá na abundância, estará acima de todos, terá quantas mulheres quiser, uma bela casa, vários carros enfim... Muitas vezes, não será feliz, nem terá amor... Mais algumas pessoas acreditam que o dinheiro compra sim o amor. Neste caso, não comentarei...

E o mendigo? Nada tem.
Precisa de esmolas pra sobreviver, precisa de comida para saciar a fome. Precisa um pouco de afeto... Precisa de amor... Portanto precisa de tudo! Precisa da caridade de alguém, ele não sobrevive sozinho... Ninguém sobrevive sozinho! Por isso existem pessoas! Pessoas!
Nunca vi ningém mais necessitado que um mendigo... Você já viu alguém pior? Já reparou na amizade entre um mendigo e um vira-lata? Não tenho dúvidas, mas neste caso eu queria ser o vira-lata... Comeria das sobras que ele me deixara, dormiria aconchegadamante no teu corpo quente, e me sentiria segura nas noites gélidas e turbulentas... Em troca eu daria todo meu amor... Sim, animais também amam,meus caros. Oxalá, se não amam bem mais que muitos tais de humanos!
Faria o que pudesse, o defenderia das maldedes alheias, seria seu melhor companheiro... Estaria ao lado dele sempre... No nosso jeito de ser feliz.
E assim a vida fluiria... E continuaríamos ali, na escassez, num mundo só meu e dele. E como tudo tem que ter um fim, a vida também tem...

Chega um certo ponto. O mendigo morre... O que acontecerá com o tão inseparável vira-lata?
Jogará tudo para o ar e morrerá também? Ou continuará lutando pra sobreviver? Acredito que todos irão pensar... Continua lutando, ÓBVIO! Mas não é bem assim que acontece... Nós preferimos sim MORRER! Porque morrer parece mais fácil. Parece bem mais fácil, deixar os problemas de lado e sumir, desaparecer. Mas os problemas continuarão ali, vivos.
Acredito que problemas são abstratos, e assim como o amor, você também pode resolvê-lo, dar um novo rumo, ou até uma chance a eles. Quem sabe! Talvez assim entenderíamos seus motivos e razões...
No caso do vira-lata, ele preferiu morrer, se chocou contra um carro... Foi trágico! Não tenha pena é somente uma suposição! Ele morreu porque achou que a dor da morte, seria menos sufocante do que viver a vida inteira sem teu dono... Achava que seria melhor morrer, do que ter outra pessoa ao seu lado. Achou que a saudade era um sentimento urgente e mosntruoso... Achou o que queria. O fim.

Consegues compreender agora?
Se nada foi como você planejou... Se nada foi como você sonhou... Se mate! Sim se mate Apunhale esse sufoco! Jogue-a do décimo andar! Mate esses planos, esses sonhos, essas espectativas frustadas... Reencarne... Recomeçe... Trace outros rumos... Caminhe por novas estradas! Não! Você não irá desisti... Apenas irá seguir teus sonhos por novas estratégias!
E se novamente não dar certo... Reface-as!
Faça o que sempre teve vontade, e sempre lhe faltou coragem! Seja seu super Herói, o palhaço, o bebâdo, o Vilão... Seja o ator principal! Eu tenho preferência por aqueles que apanham, apanham e enfim VENCEM! Não importa qual o papel, cada um tem seu própio brilho...
Eu não acreditava em brilho pessoal, até entender que trocam a palavra CORAGEM por BRILHO!

Depois dos meus vários sonhos infantis sobre a morte, eu chego na conclusão que a morte não é tão trágica assim... Que toda a dor é suportada... Que toda perda é superada... Que toda ferida cicatriza... Que todas as lágrimas secam... Que tudo enfim, chega ao fim...
Agora se iremos para o céu ou não, eu ainda não consegui concluir... Não sou mais boa menina o tempo todo. Até penso que talvez no inferno seria bom! Eu seria livre, faria o que quizesse e nada seria pecado! Que delícia, não? Sobre o calor do fogo? Nunca aguém voltou do inferno, pra me dizer se lá tem fogo! Mas que às vezes esse obscuro infernal me seduz, ahh isso não posso negar!
Apesar de ter crescido, e ter milhões de humores e palavras vagando na minha mente, nada ainda sobre a vida me faz sentido... Além de respiramos e respirarmos... Nada, nem o amor.
A VIDA É ASSIM MESMO... NÃO TEM SENTIDO!
Porque se alguém já nascesse sabendo sobre o verdadeiro sentido da vida, ou como seria o futuro, a vida perderia totalmente a graça, seria frustante... Nos odiaríamos ainda mais, não saberíamos definir os que é razão e emoção.
A vida é como se fosse um trem que passa e vai nos levando por vários caminhos desconhecidos... E somos nós que fazemos as escolhas... Na maioria das vezes erradas, óbvio!
Mais logo passa outro trem, e embarcamos para futuros erros! Porque ninguém é perfeito, nem se acerta pra SEMPRE!
Perfeição não existe, está no modo como cada um vê. Nem todo mundo acha a Angelia Jolie perfeita! Nem o Michael Jackson feio! E acertar sempre seria tão normal, tão deprimente que cansaríamos de tanto acertar, e nos faríamos errar propositalmente...

Todos somos crianças e vivemos num intenso estágio de aprendizagem! Gostamos de brincar de advogado, médico, professor, empresário, gostamos de brincar de família também, entre tantas coisas! Enfim... Ser " adulto" é muito cansativo. Você não acha?
Aí vem a única coisa que ainda não mudou em mim: " A CRIANÇA AINDA VIVE..."
LIBERTE A SUA!!! EMBARQUE NESSE TREM QUE É A VIDA SEJA FELIZ E ERRE SEMPRE...

NESSE EXATO MOMENTO

Nesse exato momento... Respiro lentamente...
Ouço pessoas falando sobre minha monotomia incompreensível...
Eu não queria ouvir, mas eles falam alto, discutem!
Eu não deveria ter voltado.
Sinto-me envergonhada, dependurada por um barbante na beira de um penhasco.
Nesse exato momento... Eu só queria exalar a dor.
Tentar me compreender, apenas por alguns instantes...

Nesse exato momento...
Eu choro e dói na alma, rasga-me o coração.
Minha garganta está seca, sou um ser adulterado.
Nesse exato momento... Lembro excessivamente dos sonhos que desisti,
Das lutas que abandonei... Dos amores que recusei, mesmo antes de tentar...
Nesse exato momento... A dor é maior que o infinito...
Nesse exato momento, eu sei não sou " nornal "
Nem faço questão de ser, e nem preciso de tratamento...
Oh céus sou louca!

Nesse exato momento...
Lágrimas rolam sem parar sobre meu rosto cansado e aflito...
Nesse exato momento...
Lembro-me das pessoas dizendo sobre meu rostinho " bonito ",
Não se engane, por trás dele vive um ser, infeliz...
Nesse exato momento...
Eu tremo... As lágrimas prevalecem. Arranco alguns cabelos...

Nesse axato momento...
Eu só queria alguém pra me abraçar forte... E dizer que tudo ficará bem...
Não precisa me amar, apenas me aceitar, me respeitar...
Nesse exato momento... Tem pouco que se possa fazer. A solidão prevalece...
Nesse exato momento, eu não quero consolo, nem palavrinhas bonitas,
Quero olhar nos olhos... Sentir afeto e amor, junto com aquele abraço apertado, sem malícias...


Nesse exato momento....
Eu preciso de um banho quente e necessito continuar chorando debaixo do chuveiro...
Nesse exato momento, pensamentos turvos tomam conta de mim, mais uma vez...
Nesse exato momento, só queria terminar essa dor acabando com meu "eu ".
Para não ter de beber mais essa amarga infelicidade.
Nesse exato momento...
Meus soluços são os ecos mais abomináveis,
Meu choro é o mais insignificante,
Minha dor é a mais apelativa, a mais complicada...


Nesse axato momento...
Só queria um antídoto,
Nesse exato momento...
Só queria me livrar dessa escassez, desse sufoco de respirar.
Nesse exato momento...
Você está bem,
Mas não se engane as coisas nunca dão certo o tempo todo....
Nesse exato momento...
Queria ter o poder de colocar ponto final, já que tudo tem que ter um fim.
Nesse exato momento...
Eu prendo minha respiração, e meu coração bate forte.
" Desajustados, rebeldes, criadores de casos.
Apenas vítimas de frustações e ignorância Humana...
Peças redondas em buracos quadrados, ácido e doce.
Coisas de forma diferentes. Não a regras. Controle.
Pessoas vazias, cheias, estaziadas...
A única coisa que você não pode fazer é julgar.
Pode discordar, criticar, ou tornar-se vilão.
Talvez você seja o culpado(a), causador(a), pressão...
Dê a mão e seu ombro, e mostre que você é digno de ser chamado; IRMÃO. "

LÁGRIMAS

Sempre as lágrimas...

De tudo só restam elas...

Lágrimas que escorrem como uma avalanche,

Que rasgam o coração que oprime o EU.

Lágrimas que corroem que machucam...

Lágrimas que não permite o riso, que frusta a alegria que esconde a voz...

Lágrimas de tristeza, do vazio, da solidão...

Lágrimas da ausência...

Que gastam as forças, que tira a coragem, que me faz covarde...

Lágrimas tem gosto de fel, escorre amarga, dói na alma.

Lágrimas na noite escura, falta estrelas falta alguém...

Lágrimas que não preenche o vazio.

Lágrimas...

Que machuca a ferida, que me deixa fraca, que me faz tola.

Lágrimas impulsivas, descontroladas...

Lágrimas por me perder, e não te achar...

Lágrimas sempre doloridas me faz sofrer.

Lágrimas...

Sempre as lágrimas!

EU SOU

Eu sou o eco do teu grito calado...
Sou o som daquela música muda...
Sou as tuas vestes quando estás desnudo...
Sou o teu suor nos dias de frio...
Sou o ar quando te falta respiração...
Sou tua lágrima quando você sorri...
Sou aquele peso quando se sentes leve...
Sou tua ocupação quando estás vagando...
Sou teu cérebro quando te dói o coração...
Sou teus pés pedindo pra voar...
Sou a tua aparição quando quer se esconder...
Sou tua alegria quando estás deprimido...
Sou o vendaval na noite calma...
Sou as estrelas da tarde ensolarada...
Sou teu traveseiro guardado no armário...
Sou a pureza do teu sonho mais insano...
Sou o que você sabe, teme e não aceita...
Sou tudo o que te falta,
Sou teu coração que bate e me chama...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Depois do choro vem o vazio, e ele é sempre estrondeado pelo silêncio.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Psiu!
Cale-se
Não respire;
Você consegue ouvir?
Consegue sentir?
Encoste tua cabeça;
Vai,
Bem devagar
Confie...
Isso,
Deita aqui....
Agora você consegue ouvir?
Está sentindo?
É fascinante...
Olhe aqui,
Consegue ver?
Estranho,
Sempre na mesma direção...
Parece mágico!
Não consigo decifrar...
Vamos ficar nesse silêncio
Por mais alguns instantes...
Deixa rolar,
Não sinto minhas pernas
Você sente a tua?
Não sabia que era assim...
Parei,
Estou delirando?
Será?
Tum, Tum, Tum...
Poxa vida!
Eu estava sonhando...