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sexta-feira, 18 de junho de 2010

TÉDIO...

Mais uma vez...
Onze horas... Daqui a pouco é meia noite.
Do quarto ouço o relógio na sala...
Tic Tac, Tic Tac
O sono não vem, nada me agrada...
Tudo me sufoca, até meu respirar...
Deito na cama, rolo... Aabraço forte o travesseiro.
Sinto minha mente vazia, ao mesmo tempo estaziada...
Coração esburacado, sem sentimento, me amedronta!
Pulsa devagar, bate forte, quase para!
Levanto-me, olho no computador, nenhum recado, nenhum email...

Tenho certeza, ninguém me importa, nem me suporta!
Ninguém me ama. Não farei falta...
O que eu sou? Quem eu sou?
Eu sou aquele pensamento cinza e sem graça, que todos evitam lembrar...
Ao mesmo tempo que busco respostas, temo em descobri-las. Então não sou...
Jamais alguém conseguirá me decifrar...
Eu sou um... Nada! Talvez... Sim. Não. Óbivio!
Tenho várias faces, sou triste quando estou alegre,
E alegre quando estou triste...
Alegre? Não! eu não sou alegre, é somente uma suposição.
Sou insana quando estou serena, e serena quando sou insana...
Sou louca, desajustada, rebelde, maníaca... Santa!

Gosto de sangue, odeio sangue...
Quero morrer, quero viver,
Te odeio, te amo
Vai se foder...

O tempo passa... E eu aqui,
Me tediando com o nada, com o tudo.
Vou à cozinha, todos dormem...
O mínimo de barulho que faço é exaustivo,
Sinto meu cérebro balançar, meu corpo parece que pesa mil quilos agora.
Tomo uma xícara de café,
Ele desce amargamente pela minha garganta...
Preferia um wisky, uma dose de morfina, um demerol...

Agora o gosto e o cheiro do café me causam ânsia,
Estou com nojo de mim...
Imagino meu estômago na cor preta, coberto pelo café, feito à tarde.
Vejo antidepressivos no armário,
Penso em tomar alguns, ao menos uns vinte...
Da outra vez foi em vão... Desta vez devo aumentar a dose.
Preciso de algo mais.
Não sinto minhas pernas,
E não quero levantar agora.
Quero continuar escrevendo... Morrendo...
Estou morta!

Tic Tac, Tic Tac
Meia noite...
Uma hora...
Duas horas...
Três, quatro, cinco, seis
O dia amanhaceu...

Está claro agora no meu quarto,
Tenho a leve impressão que hoje faz sol lá fora,
Nem vou ver... Odeio a claridade do dia!
Mas tenho inveja dos "normais" que desfrutam do sol...
Tento fechar ainda mais a cortina,
Passo pelo espelho,
Vejo... Eu me movo, Sim, eu me movo...
Sou essa mesma, essa aí
Essa medonha, com cabelos despenteados,
E profundas olheiras num olho que já foste verde...

Melhor continuar escrevendo...
Não quero mudar... Quero continuar sendo nem sei o quê.
Não quero me amar... Sim! Eu quero!
Morra então!
Amo meu tédio, odeio meu tédio!
Morrerei embriagada na minha própia melancolia,
Continuarei me drogando do meu rancor,
Me entupindo do nada...
Vomitando palavras...

Tic Tac, Tic Tac
Três horas da tarde...
Abro meus olhos, estou em um quarto branco
Em uma cama de hospital, braços enfaixados...
Vejo pessoas desesperadas!
Oh pessoas?
Queria gritar, mais não posso...
Sumam!


O dia passa...
A insanidade e o tédio continua me provocando, me seduzindo...
Me fazem companhia,
São meus amigos, inimigos,
Não me larga, me larga, eu a procuro, trago-a!
Me ama, me odeia, quer meu fim, quer que eu viva. [Image]
E mais uma vez... Onze horas...
A melancolia me domina novamente!
Tic Tac, Tic Tac
Tudo outra vez...

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